sábado, 14 de novembro de 2009

Longe

"Doze segundos de oscuridad...", canta Vitor Ramil e, por entre notas pretas e brancas da música lenta e grave, esparrama-se a saudade incomensurável, que inunda a escuridão do quarto com o claro do sorriso distante, e se faz agradável e leve, e cresce desesperada e urgente, e se desfaz no segredo da noite alcóolica, bêbada de sentimentos igualmente incomensuráveis, e uma só razão para estar ali, naquele momento, naquele dia, naquela vida: a espera.
Contar dias e noites a desejar que o tempo passe muito rápido e, ao mesmo tempo, não desejar que passe. Conflito de noite e dia, velho e novo, destino e sorte. Normas de conduta desregradas. Desnormas e descondutas. Força de espírito, lhe dizem. Independência de alma. Viver cada dia de uma vez, como nos manuais de “como ser feliz”.
Mudança de ares, de rotina, de assuntos, de odores e cores e sabores, preenchem os espaços descoloridos. Por alguns dias. Por alguns minutos. Depois, lembra-se. E, de novo, tenta não sentir....e, de novo, lembra-se.
Ah, doce anestesia da alma, o sono! Ah, doce aconchego do espírito, o vinho!
E, a cada página do album de vida, lê sobre seus limites e resistência, sobre seus desejos infanto-juvenis, porém, não menos nobres, sobre sua fé e não fé, sobre tudo que não é, e nem será.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Hoje, não me reconheço.
Encontro-me pelo avesso.
E o avesso
é muito bom!

domingo, 25 de outubro de 2009

Refletindo sobre Tese de Doutorado de M.E.B.C.

"E tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo (...) que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era." Caio Fernando Abreu

Caiando

"Só que homossexualidade não existe, nunca existiu. Existe sexualidade - voltada para um objeto qualquer de desejo. Que pode ou não ter genitália igual, e isso é detalhe. Mas não determina maior ou menor grau de moral ou integridade". Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Caio

"O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade." (Caiando)

CAIANDO

Não li Caio até os trinta e seis. Até que li e reli e reli e reli! Vezes?...mais que três. Descobri-me nele. Mas não tão ele. Partes dele. O romântico.

CLARICEANDO

Li
Clarice
primeira vez
aos dezesseis.
Incompreendi.
Reli
aos trinta e seis.
E vi.